Seja Bem vindo!

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Este espaço é destinado para discussão de assuntos relacionados à Saúde e à Segurança do Trabalhador.
Tem o intuito de compartilhar informações, normas, conceitos e legislações acerca da temática.
→ Então vamos lá, ao TRABALHO!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CIPA

NORMA REGULAMENTADORA 05

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.


 
 Click nos links abaixo:


Protenção contra Incêndios - NR 23

Protenção contra Incêndios - NR 23

Segue abaixo o link que dá acesso aos materiais que promovem o conhecimento sobre a Promoção e Prevenção contra Incêndio.

Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber como agir corretamente no momento em que eles ocorrem. Início de incêndio e outros sinistros de menor vulto podem deixar de transformar-se em tragédia, se forem evitados e controlados com segurança e tranqüilidade por pessoas devidamente treinadas. Na maioria das vezes, o pânico dos que tentam se salvar faz mais vítimas que o próprio acidente.
  

*  Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros - 193
*  Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeita condições de uso e somente as utilize em caso de incêndio.
*  Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso, devidamente carregados e revisados (periodicamente).
*  Revisar periodicamente toda a instalação elétrica do prédio, procurando inclusive constatar também a existência de possíveis vazamentos de gases.
*  Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis.
*  Evitar a falta de ventilação.
* Não colocar trancas nas portas de halls, elevadores, porta corta-fogo ou outras saídas para áreas livres. Nem obstruí-las com materiais ou equipamentos.
*  Tomar cuidado com cera, utilizada nos piso,s quando dissolvida. Não deixar estopas ou flanelas embebidas em óleos ou graxas em locais inadequados.
* Alertar sobre o ato de fumar em locais proibidos (como elevadores) e sobre o cuidado de atirar fósforos e pontas de cigarros acessos em qualquer lugar.
*  Aconselhar os trabalhadores para que verifiquem antes de sair de seus locais de trabalho, ao término da lornada de trabalho, se desligaram todos os aparelhos elétricos, como estufas, ar condicionado, exaustores, dentre outros.
* Em caso de incêndio, informar o Corpo de Bombeiros o mais rápido possível: a ocorrência, o acesso mais fácil para a chegada ao local e o número de pessoas acidentadas, inclusive nas proximidades.
*  Nunca utilizar os elevadores no momento do incêndio.
* Evitar aglomerações para não dificultar a ação do socorro e manter a área junto aos hidrantes livre para manobras e estacionamento de viaturas.


Click no link abaixo para ter acesso aos documentos:
 

LER/DORT

Segue materiais de LER/DORT:

  1. Procurar no sumário sobre Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho; 
  2. Pesquisar e ler o capítulo que trata sobre o assunto;
  3. Responder as questões propostas do questionário Norma Regulamentadora 17;



click nos links abaixo:




TURMAS:
  1. TÉC. RECICLAGEM MOD. I
  2. TÉC. RECICLAGEM MOD. IV
  3. TÉC. MÓVEIS MO. II
  4. FIC - SONDADOR DE SOLO 2012/2

sábado, 28 de janeiro de 2012

DOENÇAS DIARRÉICAS AGUDAS

Doenças Diarreicas Agudas


A doença diarreica aguda é reconhecida como importante causa de morbimortalidade no Brasil, mantendo relação direta com as precárias condições de vida e saúde dos indivíduos, em consequência da falta de saneamento básico, desnutrição crônica, entre outros fatores.
 
A DDA é uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue.
Pode ser acompanhada de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração entre 2 a 14 dias. As formas variam desde leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição.
 
Descrição da Doença
 
Agentes etiológicos
A doença diarreica aguda pode ser de origem infecciosa e não infecciosa. Para a saúde pública, a de maior importância é a infecciosa, devido a sua maior frequência. 


As principais causas são:
 

Infecciosa bactérias e suas toxinas:
1.Vírus;
2.Parasitos;
3.Toxinas naturais.
Não infecciosa:
1.Intolerância a lactose e glúten;
2.Ingestão de grandes quantidades de hexitóis (adoçantes);
3.Ingestão demasiada de alguns alimentos;
4.Sais mal absorvido (ex.: laxantes e antiácidos);
5.Ácidos biliares (após ressecção ileal);
6.Gorduras não absorvidas;
7.Algumas drogas (ex.: catárticos antraquinônicos, óleo de rícino, prostaglandinas);
8.Hormônios peptídicos produzidos por tumores pancreáticos.
 
Reservatório:
O reservatório é específico para cada agente etiológico.

Modo de transmissão:
O modo de transmissão pode ocorrer pela via oral ou fecal-oral, sendo específico para cada agente etiológico:
•Transmissão indireta – ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados (ex.: utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares);
•Transmissão direta – pessoa a pessoa (ex.: mãos contaminadas) e de animais para as pessoas.
 

Os manipuladores de alimentos e vetores, como as moscas, formigas e baratas, podem contaminar, principalmente, os alimentos e utensílios. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais e penitenciárias apresentam maior risco de transmissão.
 
Período de incubação:
O período de incubação é específico para cada agente etiológico.
 
Período de transmissibilidade:
A transmissibilidade é específica para cada agente etiológico.

Aspectos clínicos e laboratoriais
Manifestações clínicas:
De modo geral, o quadro clínico é agudo, autolimitado e não confere imunidade duradoura. Os episódios de diarreia aguda, de uma maneira geral, podem ser divididos em dois grandes grupos: diarreia aquosa e diarreia sanguinolenta
A diarreia aquosa é caracterizada pela perda de grande quantidade de água durante a evacuação, promovendo uma alteração na consistência das fezes, podendo estabelecer rapidamente um quadro de desidratação.
 
A diarreia sanguinolenta (disenteria) é caracterizada pela presença de sangue nas fezes, podendo haver presença de muco e pus. Sugere inflamação ou infecção do intestino.

Diagnóstico clínico:
O primeiro passo para o diagnóstico é a realização de uma boa anamnese. Para isso, algumas informações são fundamentais: idade do paciente, duração do episódio atual de diarreia, características das fezes (aquosas ou sanguinolentas), frequência e volume das dejeções, associação da diarreia a vômitos, dor abdominal, febre (sua duração), tenesmo (tentativa dolorosa de evacuar), câimbras. 

É importante também excluir as causas não infecciosas de diarreia aguda: uso recente de medicações (laxativos, antiácidos, antibióticos), ingestão de bebidas alcoólicas, excesso de bebidas lácteas.
 
A história epidemiológica e social, nesses casos, também ajuda na condução do diagnóstico: onde o paciente reside, condições sanitárias do local, história de viagem recente a lugares endêmicos ou não endêmicos. 

Além disso, é importante saber se o paciente é portador de uma doença que pode estar relacionada com o quadro ou pode interferir no manejo da diarreia (hipertensão arterial sistêmica, diabetes, doenças cardíacas, doenças hepáticas, doenças pulmonares crônicas, insuficiência renal, alergia alimentar, HIV positivo). O próximo passo é a realização de um cuidadoso exame físico (avaliar desidratação, examinar abdômen).
 
Diagnóstico laboratorial
O diagnóstico das causas etiológicas da DDA é laboratorial, por meio de exames parasitológicos de fezes, culturas de bactérias e pesquisa de vírus. O diagnóstico laboratorial é importante na vigência de surtos para orientar as medidas de controle. Em casos de surto, solicitar orientação da equipe de vigilância epidemiológica do município para coleta de amostras.
 
Pesquisa de bactérias
O exame a ser realizado é a cultura de fezes (coprocultura). Para isso utiliza-se, principalmente, a técnica de swab retal ou fecal em meio de transporte Cary-Blair. Na coleta de amostras de fezes por swab retal, seguir o roteiro:

 • umedecer o swab em solução fisiológica ou água destilada esterilizadas;
• introduzir a extremidade umedecida do swab (2cm) na ampola retal do paciente, comprimindo-o, em movimentos rotatórios suaves, por toda a extensão da ampola;
• colocar em meio Cary-Blair ou em água peptonada alcalina. Quando colocada em meio de transporte Cary-Blair, encaminhá-la, se possível, em até 48 horas. 

Acima desse tempo, sob refrigeração, em até 7 dias. No caso de amostras refrigeradas, respeitar as especificidades de cada agente (ex.: Shigella spp, Vibrio parahaemolyticus e alguns sorotipos de Salmonella). O swab com Cary-Blair é disponibilizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) para o município.
 
Na coleta de amostras de fezes por swab fecal, seguir o roteiro:

 • o swab fecal se diferencia do swab retal porque é se introduzida a ponta do swab diretamente no frasco coletor sem formol (Figura 2) com fezes do paciente;
• esse procedimento deve ser feito até 2 horas após a coleta no frasco, pois, passado esse período, as bactérias da flora intestinal podem destruir as bactérias patogênicas causadoras da síndrome gastrointestinal;
• esse swab deve ser acondicionado em meio Cary-Blair ou em água peptonada alcalina.
Quando colocado em meio de transporte Cary-Blair, encaminhá-lo, se possível, em até 48 horas. Acima deste tempo, sob refrigeração, em até 7 dias. No caso de amostras refrigeradas, respeitar as especificidades de cada agente.
Recomenda-se a coleta de 2 a 3 amostras por paciente, desde que haja disponibilidade suficiente de material para coleta e capacidade de processamento laboratorial de todas as amostras encaminhadas.
 
Importante
As fezes devem ser coletadas antes da administração de antibióticos ao paciente. Evitar coletar amostras fecais contidas nas roupas dos pacientes, na superfície de camas ou no chão.

Pesquisa de vírus

•Indicar que o paciente colete em torno de 5 gramas de fezes in natura e coloque a amostra em um frasco coletor de fezes sem formol, com tampa rosqueada. É importante que o frasco seja identificado com nome completo do paciente e seja acondicionado em saco plástico.
•Conservar em geladeira por até 5 dias; após esse tempo conservar em freezer.
•Quando o paciente é criança, coleta-se material da fralda:
   › material sólido, coletar com espátula e colocar no frasco coletor;
   › material líquido, acondicionar a fralda em saco plástico e encaminhar ao laboratório.
• O swab retal só é indicado em caso de óbitos.
Pesquisa de parasitos

•Deve ser coletada uma quantidade mínima de 20 a 30g de fezes (aproximadamente a metade de um coletor de 50ml) em frasco coletor de fezes, com tampa rosqueada.
•Em neonatos, colher na própria fralda, evitando o contato das fezes com a urina.
•De preferência, colher as fezes antes da administração de qualquer medicamento, uma vez que alguns prejudicam a pesquisa dos parasitos em geral. Esses medicamentos são: antidiarréicos, antibióticos, antiácidos, derivados de bismuto e de bário, vaselina e óleos minerais.
•Antibióticos, como a tetraciclina, afetam a flora intestinal normal, causando diminuição ou ausência temporária dos organismos nas fezes, pois esses parasitos se alimentam de bactérias intestinais. Portanto, o diagnóstico só será seguro de 2 a 3 semanas após a suspensão do antibiótico.
•Recomenda-se a coleta em conservante de, no mínimo, 3 amostras em dias alternados ou 5 amostras em dias consecutivos. Para pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis, trofozoítos de protozoários e Blastocystis hominis, há necessidade de obtenção de uma ou mais
amostras frescas que devem ser encaminhadas imediatamente ao laboratório clínico.
•Para verificar a eficácia da terapêutica, um novo exame deverá ser realizado 3 a 5 semanas após o tratamento.
 
Tratamento
O tratamento da doença diarreica aguda consiste em quatro medidas:
1.Correção da desidratação e do desequilíbrio eletrolítico;
2.Combate à desnutrição;
3.Uso adequado de medicamentos; e,
4.Prevenção das complicações.
 
Atribuições dos profissionais no controle das doenças diarreicas agudas


Agente Comunitário de Saúde (ACS)
• Identificar os casos e encaminhá-los à unidade de saúde para diagnóstico e tratamento.
• Identificar sinais e/ou situações de risco em casos de diarreias e orientar sobre o tratamento da água para consumo humano, o destino dos dejetos e o lixo residencial.
• Acompanhar os pacientes e orientá-los quanto à necessidade na continuidade do tratamento.
• Desenvolver ações educativas, levando informações e orientações às famílias e aos indivíduos, identificando às medidas de prevenção e controle das doenças diarreicas.
• Orientar a população informando-a sobre a doença, seus sinais e sintomas, riscos e formas de transmissão.
• Atuar como elemento mobilizador da comunidade chamando a atenção das pessoas para a importância da participação de todos em campanhas e mutirões no combate às doenças diarreicas agudas.
• Contribuir e participar das atividades de educação em saúde permanente dos membros da equipe de saúde quanto à prevenção, manejo do tratamento e ações de vigilância epidemiológica das doenças diarreicas agudas.
• Registrar informações, dados e percepções que vão possibilitar que os profissionais da unidade básica de saúde articulem a visão clínico-epidemiológica e os aspectos sociais e culturais da comunidade, favorecendo uma assistência mais integral e resolutiva.
 
Auxiliar/Técnico de Enfermagem
• Participar das atividades de assistência básica, realizando procedimentos regulamentados para o exercício de sua profissão.
• Registrar os casos de diarreia em impresso próprio do Sinan.
• Realizar assistência domiciliar, quando necessária.
• Realizar/acompanhar o tratamento dos casos, quando necessário, seguindo a orientação do enfermeiro e /ou médico.
• Contribuir e participar das atividades de educação em saúde permanente dos membros da equipe quanto à prevenção, manejo do tratamento e ações de vigilância epidemiológica das doenças diarreicas agudas.
 
Enfermeiro
• Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações, conforme protocolos ou outras normas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, cobservadas as disposições legais da profissão.
• Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e auxiliares/técnicos de enfermagem.
• Realizar assistência de enfermagem domiciliar, quando necessária.
• Orientar os auxiliares/técnicos de enfermagem e ACS para o acompanhamento dos casos em tratamento.
• Acompanhar a evolução clinica dos casos em tratamento.
• Contribuir e participar das atividades de educação em saúde permanente dos membros da equipe de saúde quanto à prevenção, manejo do tratamento e ações de vigilância epidemiológica das doenças diarreicas agudas.
• Consolidar os dados dos Impresso I e II, ao final de cada semana epidemiológica, e encaminhá-lo à vigilância epidemiológica do município, elaborando o gráfico correspondente para análise, o qual deverá ficar exposto em local visível na unidade de saúde.
 
Médico
• Diagnosticar e tratar adequadamente os casos de doença diarreica aguda conforme orientações e instrumentos técnicos recomendados.
• Realizar a avaliação clínica do paciente, classificar o seu grau de desidratação e adotar a conduta terapêutica adequada.
• Solicitar exames específicos e complementares, quando necessários.
• Encaminhar os casos graves para a unidade de saúde de referência, respeitando os fluxos locais e mantendo-se responsável pelo acompanhamento.
• Realizar assistência domiciliar, quando necessária.
• Acompanhar a evolução clinica dos casos em tratamento.
• Notificar os surtos de doença diarreica aguda e solicitar, junto à vigilância epidemiológica do município, sua investigação.
• Orientar os auxiliares/técnicos de enfermagem e ACS para o acompanhamento dos casos em tratamento.
• Contribuir e participar das atividades de educação permanente dos membros da equipe quanto à prevenção, manejo do tratamento, ações de vigilância epidemiológica das doenças diarreicas agudas.
 
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Sinais e sintomas: Aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Pode ser acompanhada de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é auto-limitada, com duração entre 2 a 14 dias e não confere imunidade duradoura.
 
Os episódios de diarréia aguda, de uma maneira geral, podem ser divididos em dois grandes grupos: diarréia aquosa e diarréia sanguinolenta*.
 
- Diarréia aquosa: é caracterizada pela perda de grande quantidade de água durante a evacuação, promovendo uma alteração na consistência das fezes. Pode estabelecer rapidamente um quadro de desidratação.
 
-Diarréia sanguinolenta (disenteria): é caracterizada pela presença de sangue nas fezes, podendo haver presença de muco e pus. Sugere inflamação ou infecção do intestino.
 
Medicamentos CONTRA-INDICADOS na diarréia aguda:
 
-ANTIEMÉTICOS (Metoclopramida, Clorpromazina, etc.).
Podem provocar manifestações extrapiramidais, depressão do sistema nervoso central e distensão abdominal. Podem dificultar ou impedir a ingestão do soro oral.
 
-ANTIESPASMÓDICOS (Elixir paregórico, Atropínicos, Loperamida, Difenoxilato, etc.). Inibem o peristaltismo intestinal, facilitando a proliferação de germes e, por conseguinte, o prolongamento do quadro diarréico. Podem levar à falsa impressão de melhora.
 
-ADSTRINGENTES (Caolin-pectina, Carvão ativado, etc.)
Têm apenas efeitos cosméticos sobre as fezes, aumentando a consistência do bolo fecal, além de expoliar sódio e potássio.
 
- ANTIPIRÉTICOS (Dipirona, etc.).

Podem produzir sedação, prejudicando a tomada do soro oral.
 
- LACTOBACILOS etc
Não há evidência de sua eficácia, apenas onera o tratamento.
 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Febre Tifóide


Febre Tifóide
Descrição da doença

Etiologia e sinonímia:

Salmonella entérica, sorotipo Typhi (S. Typhi), bactéria gram-negativa da família Enterobacteriaceae. O tempo de sobrevida desse agente varia de acordo com o meio em que se encontra, sendo essa informação importante para o controle da doença.

Tempo de sobrevida do agente nos diferentes meios:

Água – em condições ótimas, a sobrevida nunca ultrapassa de 3 a 4 semanas. Entretanto, varia, consideravelmente, com a temperatura (temperaturas mais baixas levam a uma maior sobrevida), com a quantidade de oxigênio disponível (as salmonelas sobrevivem melhor em meio rico em oxigênio), e com o material orgânico (águas poluídas, mas não tanto a ponto de consumir todo o oxigênio, são melhores para a sobrevida do agente):

Esgoto – em condições experimentais, quase 40 dias.

Água do mar – não é um bom meio, sendo necessária uma altíssima contaminação.

Ostras, mariscos e outros moluscos – sobrevida demonstrada de até 4 semanas.

Leite, creme e outros laticínios – constituem um excelente meio, chegando a perdurar até por 2 meses na manteiga, por exemplo.

Carnes e enlatados – são raros os casos adquiridos através destes alimentos, provavelmente porque o processo de preparo dos mesmos é suficiente para eliminar a salmonela. Mas, uma vez preparada a carne ou aberta a lata, a sobrevida do agente é maior do que a vida útil destes alimentos.

Ostras e outros moluscos, assim como leite e derivados, são os principais alimentos responsáveis pela transmissão da febre tifoide. Praticamente todos os alimentos, quando manipulados por portadores, podem veicular a Salmonella typhi.

História natural da doença

A bactéria que dá origem à febre tifóide foi descrita pela primeira vez em 1880 por Karl Joseph Elberth. Os japoneses utilizaram-na como arma química na Segunda Guerra Mundial, em ataque direto contra as forças russas. Nos anos 70, foram observadas relações dessa bactéria com répteis.
Desde então e até hoje, pesquisadores verificaram vários casos da doença que nasceram pelo contato com tartarugas verdes. Esse fato levou, em 1975, uma agência governamental americana, responsável pelo controle de qualidade de medicamentos e alimentos, a vetar a venda de tartarugas aquáticas menores que 10 centímetros, evitando assim que crianças pudessem colocá-las na boca e contrair a doença. Apenas uma pequena percentagem da doença está relacionada com répteis - a maior parte da transmissão se dá por alimentos.
No Brasil, não são raros os casos de infecção causada por Salmonella em restaurantes e presídios, devido à contaminação dos alimentos, tanto podendo ter origem no produto quanto na manipulação inadequada.

Reservatório

O homem é o único reservatório da espécie S. typhi. Pessoas com febre tifoide portam a bactéria na corrente sanguínea e no trato intestinal. Após a infecção aguda, um pequeno número de pacientes (de 2 a 5%) passa a ser portador, albergando a bactéria no intestino. Essas pessoas constituem importantes fontes para contaminação do ambiente e para continuidade da doença entre os humanos.

Modo de transmissão:

Ocorre, principalmente, de forma indireta através de água e alimentos contaminados com fezes ou urina de paciente ou portador. A contaminação de alimentos, geralmente, se dá pela manipulação por portadores ou pacientes oligossintomáticos (com manifestações clínicas discretas), razão pela qual a febre tifoide é também conhecida como a doença das mãos sujas. Os legumes irrigados com água contaminada, produtos do mar mal cozidos ou crus (moluscos e crustáceos), leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e enlatados podem veicular salmonelas.
Raramente as moscas participam da transmissão. O congelamento não destrói a bactéria, de modo que sorvetes, por exemplo, podem ser veículos de transmissão. Todavia, só uma grande concentração de bactérias – inóculo – torna possível a infecção. Por isso não se costuma verificar, com muita frequência, surtos de febre tifoide após enchentes, quando provavelmente há maior diluição do agente no meio ambiente e menor possibilidade de sua ingestão em número suficiente para causar a doença. A carga bacteriana infectante, experimentalmente estimada, é de 106 a 109 bactérias. Infecções subclínicas podem ocorrer com a ingestão de um número bem menor de bactérias.
A transmissão da febre tifoide por alimentos decorre da densa contaminação que permite a sobrevivência da salmonela durante o processo de produção a que são submetidos os alimentos. A concentração de bactérias necessárias para causar a doença é denominada de dose infectante mínima (DIM). Nesse particular, a S. typhi inclui-se no grupo das bactérias que necessitam de DIM considerada baixa para produzir a doença, ou seja, 102/ml. Por outro lado, alguns alimentos possuem características específicas que influenciam de modo significativo na proliferação e sobrevivência do agente etiológico da febre tifoide.
Por exemplo, sabe-se que o crescimento dessa bactéria se dá em meios com pH entre 4,5 e 7,8, valores que também correspondem à faixa do pH de alguns alimentos, tais como leite (6,5 a 6,7), manteiga (6,1 a 6,4), queijo (4,9 a 5,9) e pescado (6,6 a 6,8).

Fatores extrínsecos aos alimentos, com desta que para aqueles relacionados com o meio ambiente, tais como temperatura e umidade existentes nos sítios de conservação, armazenamento, produção, comercialização e consumo dos alimentos também interferem, de modo significativo, no crescimento e viabilidade de S. typhi.

Classificação de alguns alimentos, segundo risco de contaminação por S. Typhi:
 
Alto risco leite cru, moluscos, mexilhões, ostras, pescados crus, hortaliças, legumes e frutas não lavadas.
Médio risco – alimentos intensamente manipulados logo após o cozimento ou requentados e massas.
Baixo risco – alimentos cozidos que são consumidos imediatamente, verduras fervidas, alimentos secos e carnes cozidas ou assadas.

Período de incubação

Frequentemente de 1 a 3 semanas (em média, 2 semanas), a depender da dose infectante.

Período de transmissibilidade

A transmissão ocorre enquanto os bacilos estiverem sendo eliminados nas fezes ou urina, o que geralmente se dá desde a primeira semana da doença até o fim da convalescença. Após essa fase, o período varia, dependendo de cada situação. Sabe-se que cerca de 10% dos pacientes continuam eliminando bacilos até 3 meses após o início da doença e que de 2 a 5% (geralmente mulheres adultas) transformam-se em portadores crônicos, após a cura.
Estes são de extrema importância pelo seu potencial de disseminação da doença. Tanto entre os doentes, quanto entre os portadores, a eliminação da S. typhi costuma ser intermitente.

Suscetibilidade e imunidade

A suscetibilidade é geral, sendo maior nos indivíduos com acloridria gástrica. A imunidade adquirida após a infecção ou vacinação não é definitiva.

Características gerais da sua distribuição no Brasil e no mundo:

Doença de distribuição mundial associada a baixos níveis sócio-econômicos, situação precária de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Por isso, está praticamente extinta em países onde esses problemas foram superados. No Brasil ocorre de forma endêmica, sob a forma de surtos relacionados com água e/ou alimentos contaminados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Desde a década de 80, e especificamente na década de 90, observa-se um declínio no coeficiente de incidência de 1,4/100.000 habitantes em 1990 para 0,27/100.000 habitantes em 2005 - e na letalidade - de 2,4% em 1990 para 0,8% em 2005.Em 2006 o coeficiente de letalidade foi de 1,9%, em 2007 foi de 0,75%, e, em 2008 (*)  foi de 2,2%.
Doença de distribuição mundial associada a baixos níveis sócio-econômicos, situação precária de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Por isso, está praticamente extinta em países onde esses problemas foram superados. No Brasil ocorre de forma endêmica, sob a forma de surtos relacionados com água e/ou alimentos contaminados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.


Como se prevenir?

Em se tratando de alimentos, observar os seguintes aspectos: 
Consuma água tratada.
Selecione alimentos frescos com boa aparência, e antes do consumo os mesmos devem ser lavados e desinfetados.
Para desinfecção, os alimentos crus como frutas, legumes e verduras devem ser mergulhados durante 30 minutos em uma solução preparada com 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água tratada.
Consuma leite e derivados pasteurizados.
Não utilize alimentos depois da data de vencimento.
Lave as mãos regularmente:
  1. Antes, durante e após a preparação dos alimentos;
  2. Ao manusear objetos sujos;
  3.  Depois de tocar em animais;
  4. Depois de ir ao banheiro ou após a troca de fraldas;Antes da amamentação.
  5. Lave e desinfete todas as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos.
  6. Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados). 


Materiais Apóio:

sábado, 14 de janeiro de 2012

NR-15 ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES



Qual o objetivo  principal?

- Apresentar os limites de tolerância e os requisitos técnicos visando à caracterização de atividade ou operação insalubre visando o pagamento de adicional de insalubridade.

* De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os objetivos principais da higiene ocupacional são os seguintes:

1. Determinar e combater, no ambiente de trabalho, todos os riscos químicos, físicos, mecânicos, biológicos e psicossociais de reconhecida e presumida nocividade;

2. Descobrir e corrigir as condições de trabalho que possam deteriorar a saúde dos trabalhadores, de modo a garantir que os índices de mortes ocasionadas pelo exercício do trabalho não sejam superiores aos do conjunto da população;  

3. Aplicar nas empresas programas de ação sanitária que englobem todos os aspectos de saúde. Isto ajudará o serviço público de saúde a elevar os padrões mínimos de saúde da coletividade;

4. Orientar a administração das empresas e dos trabalhadores no cumprimento de suas responsabilidades com a proteção e a promoção da saúde; 

5. Adotar medidas eficazes para proteger as pessoas que sejam especialmente vulneráveis às condições prejudiciais do ambiente de trabalho e reforçar sua capacidade de resistência;
    
6. Conseguir que os esforços físico e mental, exigidos de cada trabalhador para o exercício do trabalho, estejam adaptados às suas necessidades e limitações técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas.



15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem:

  • 15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.ºs 1, 2, 3, 5, 11 e 12;
  • Anexos 1 e 2 - Ruído contínuo, intermitente e impacto (grau médio);
  • Anexo 3 - Calor (grau médio);
  • Anexo 5 - Radiações ionizantes (grau máximo), com base nos limites de tolerância estabelecidos pela norma CNEN-NN-3.01;
  • Anexo 8 - Vibrações (localizadas ou de corpo inteiro), com base nos limites de tolerância das normas ISO 2631 e ISO/DIS 5349 (grau médio);
  • Anexo 11 - Agentes químicos (em número de 135), estabelecidos limites de tolerância (graus mínimo, médio e máximo, conforme o agente);
  • Anexo 12 - Poeiras minerais: sílica livre e amianto (grau máximo). 
  • 15.1.2 Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23-11-1990 (DOU 26-11-90);
  • 15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.ºs 6, 13 e 14; 
  • Anexo 6 - Trabalho sob condições hiperbáricas, (grau máximo);
  • Anexo 13 - Agentes químicos para os quais não foram estabelecidos limites de tolerância, entre os quais quatro substâncias cancerígenas.
  • Anexo 14 - Agentes biológicos de forma genérica, relacionando apenas atividades e não especificamente os agentes (grau médio ou máximo).

* Para cada produto, são definidas atividades e operações em função do risco (grau mínimo, médio e máximo);

  • 15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos nºs 7, 8, 9 e 10.

  • Anexo 7 - Radiações não-ionizantes (grau médio);
  • Anexo 8 - Vibrações (localizadas ou de corpo inteiro), com base nos limites de tolerância das normas ISO 2631 - 1 e ISO/DIS 5349 - 1 (grau médio);
  • Anexo 9 - Frio (grau médio);
  • Anexo 10 - Umidade excessiva (grau médio);

15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:



15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;


15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo.

15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; (115.002-2 / I4)
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.


15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização.


Um laudo de insalubridade deve avaliar quatro (4) aspectos importantes:
 
* Evidências objetivas de controle por parte do empregador em relação a treinamento, qualificação, higienização e inspeção quanto ao uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI).


15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador.



15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre.


15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido.

15.6 O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas. 

15. 7 O disposto no item 15.5 não prejudica a ação fiscalizadora do MTb nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades onde não houver perito.