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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Febre Tifóide


Febre Tifóide
Descrição da doença

Etiologia e sinonímia:

Salmonella entérica, sorotipo Typhi (S. Typhi), bactéria gram-negativa da família Enterobacteriaceae. O tempo de sobrevida desse agente varia de acordo com o meio em que se encontra, sendo essa informação importante para o controle da doença.

Tempo de sobrevida do agente nos diferentes meios:

Água – em condições ótimas, a sobrevida nunca ultrapassa de 3 a 4 semanas. Entretanto, varia, consideravelmente, com a temperatura (temperaturas mais baixas levam a uma maior sobrevida), com a quantidade de oxigênio disponível (as salmonelas sobrevivem melhor em meio rico em oxigênio), e com o material orgânico (águas poluídas, mas não tanto a ponto de consumir todo o oxigênio, são melhores para a sobrevida do agente):

Esgoto – em condições experimentais, quase 40 dias.

Água do mar – não é um bom meio, sendo necessária uma altíssima contaminação.

Ostras, mariscos e outros moluscos – sobrevida demonstrada de até 4 semanas.

Leite, creme e outros laticínios – constituem um excelente meio, chegando a perdurar até por 2 meses na manteiga, por exemplo.

Carnes e enlatados – são raros os casos adquiridos através destes alimentos, provavelmente porque o processo de preparo dos mesmos é suficiente para eliminar a salmonela. Mas, uma vez preparada a carne ou aberta a lata, a sobrevida do agente é maior do que a vida útil destes alimentos.

Ostras e outros moluscos, assim como leite e derivados, são os principais alimentos responsáveis pela transmissão da febre tifoide. Praticamente todos os alimentos, quando manipulados por portadores, podem veicular a Salmonella typhi.

História natural da doença

A bactéria que dá origem à febre tifóide foi descrita pela primeira vez em 1880 por Karl Joseph Elberth. Os japoneses utilizaram-na como arma química na Segunda Guerra Mundial, em ataque direto contra as forças russas. Nos anos 70, foram observadas relações dessa bactéria com répteis.
Desde então e até hoje, pesquisadores verificaram vários casos da doença que nasceram pelo contato com tartarugas verdes. Esse fato levou, em 1975, uma agência governamental americana, responsável pelo controle de qualidade de medicamentos e alimentos, a vetar a venda de tartarugas aquáticas menores que 10 centímetros, evitando assim que crianças pudessem colocá-las na boca e contrair a doença. Apenas uma pequena percentagem da doença está relacionada com répteis - a maior parte da transmissão se dá por alimentos.
No Brasil, não são raros os casos de infecção causada por Salmonella em restaurantes e presídios, devido à contaminação dos alimentos, tanto podendo ter origem no produto quanto na manipulação inadequada.

Reservatório

O homem é o único reservatório da espécie S. typhi. Pessoas com febre tifoide portam a bactéria na corrente sanguínea e no trato intestinal. Após a infecção aguda, um pequeno número de pacientes (de 2 a 5%) passa a ser portador, albergando a bactéria no intestino. Essas pessoas constituem importantes fontes para contaminação do ambiente e para continuidade da doença entre os humanos.

Modo de transmissão:

Ocorre, principalmente, de forma indireta através de água e alimentos contaminados com fezes ou urina de paciente ou portador. A contaminação de alimentos, geralmente, se dá pela manipulação por portadores ou pacientes oligossintomáticos (com manifestações clínicas discretas), razão pela qual a febre tifoide é também conhecida como a doença das mãos sujas. Os legumes irrigados com água contaminada, produtos do mar mal cozidos ou crus (moluscos e crustáceos), leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e enlatados podem veicular salmonelas.
Raramente as moscas participam da transmissão. O congelamento não destrói a bactéria, de modo que sorvetes, por exemplo, podem ser veículos de transmissão. Todavia, só uma grande concentração de bactérias – inóculo – torna possível a infecção. Por isso não se costuma verificar, com muita frequência, surtos de febre tifoide após enchentes, quando provavelmente há maior diluição do agente no meio ambiente e menor possibilidade de sua ingestão em número suficiente para causar a doença. A carga bacteriana infectante, experimentalmente estimada, é de 106 a 109 bactérias. Infecções subclínicas podem ocorrer com a ingestão de um número bem menor de bactérias.
A transmissão da febre tifoide por alimentos decorre da densa contaminação que permite a sobrevivência da salmonela durante o processo de produção a que são submetidos os alimentos. A concentração de bactérias necessárias para causar a doença é denominada de dose infectante mínima (DIM). Nesse particular, a S. typhi inclui-se no grupo das bactérias que necessitam de DIM considerada baixa para produzir a doença, ou seja, 102/ml. Por outro lado, alguns alimentos possuem características específicas que influenciam de modo significativo na proliferação e sobrevivência do agente etiológico da febre tifoide.
Por exemplo, sabe-se que o crescimento dessa bactéria se dá em meios com pH entre 4,5 e 7,8, valores que também correspondem à faixa do pH de alguns alimentos, tais como leite (6,5 a 6,7), manteiga (6,1 a 6,4), queijo (4,9 a 5,9) e pescado (6,6 a 6,8).

Fatores extrínsecos aos alimentos, com desta que para aqueles relacionados com o meio ambiente, tais como temperatura e umidade existentes nos sítios de conservação, armazenamento, produção, comercialização e consumo dos alimentos também interferem, de modo significativo, no crescimento e viabilidade de S. typhi.

Classificação de alguns alimentos, segundo risco de contaminação por S. Typhi:
 
Alto risco leite cru, moluscos, mexilhões, ostras, pescados crus, hortaliças, legumes e frutas não lavadas.
Médio risco – alimentos intensamente manipulados logo após o cozimento ou requentados e massas.
Baixo risco – alimentos cozidos que são consumidos imediatamente, verduras fervidas, alimentos secos e carnes cozidas ou assadas.

Período de incubação

Frequentemente de 1 a 3 semanas (em média, 2 semanas), a depender da dose infectante.

Período de transmissibilidade

A transmissão ocorre enquanto os bacilos estiverem sendo eliminados nas fezes ou urina, o que geralmente se dá desde a primeira semana da doença até o fim da convalescença. Após essa fase, o período varia, dependendo de cada situação. Sabe-se que cerca de 10% dos pacientes continuam eliminando bacilos até 3 meses após o início da doença e que de 2 a 5% (geralmente mulheres adultas) transformam-se em portadores crônicos, após a cura.
Estes são de extrema importância pelo seu potencial de disseminação da doença. Tanto entre os doentes, quanto entre os portadores, a eliminação da S. typhi costuma ser intermitente.

Suscetibilidade e imunidade

A suscetibilidade é geral, sendo maior nos indivíduos com acloridria gástrica. A imunidade adquirida após a infecção ou vacinação não é definitiva.

Características gerais da sua distribuição no Brasil e no mundo:

Doença de distribuição mundial associada a baixos níveis sócio-econômicos, situação precária de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Por isso, está praticamente extinta em países onde esses problemas foram superados. No Brasil ocorre de forma endêmica, sob a forma de surtos relacionados com água e/ou alimentos contaminados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Desde a década de 80, e especificamente na década de 90, observa-se um declínio no coeficiente de incidência de 1,4/100.000 habitantes em 1990 para 0,27/100.000 habitantes em 2005 - e na letalidade - de 2,4% em 1990 para 0,8% em 2005.Em 2006 o coeficiente de letalidade foi de 1,9%, em 2007 foi de 0,75%, e, em 2008 (*)  foi de 2,2%.
Doença de distribuição mundial associada a baixos níveis sócio-econômicos, situação precária de saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Por isso, está praticamente extinta em países onde esses problemas foram superados. No Brasil ocorre de forma endêmica, sob a forma de surtos relacionados com água e/ou alimentos contaminados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.


Como se prevenir?

Em se tratando de alimentos, observar os seguintes aspectos: 
Consuma água tratada.
Selecione alimentos frescos com boa aparência, e antes do consumo os mesmos devem ser lavados e desinfetados.
Para desinfecção, os alimentos crus como frutas, legumes e verduras devem ser mergulhados durante 30 minutos em uma solução preparada com 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água tratada.
Consuma leite e derivados pasteurizados.
Não utilize alimentos depois da data de vencimento.
Lave as mãos regularmente:
  1. Antes, durante e após a preparação dos alimentos;
  2. Ao manusear objetos sujos;
  3.  Depois de tocar em animais;
  4. Depois de ir ao banheiro ou após a troca de fraldas;Antes da amamentação.
  5. Lave e desinfete todas as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos.
  6. Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados). 


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